Nos esportes, sempre surgem novas tendências — como no mundo fashion. A gente antecipa e, com o apoio de experts, avalia as atividades físicas que vão desfilar este ano nas academias
Muitos modelos — ou melhor, práticas esportivas — já caminharam pelas passarelas e esteiras do universo fitness. Baseadas em algum trabalho científico, em uma nova visão sobre o corpo, no contexto da época ou até mesmo na invenção de um aparelho revolucionário, elas vêm e vão como ondas. Com a meta de prever o que vai estar sob a luz dos holofotes nos próximos 12 meses, pesquisadores vinculados ao Colégio Americano de Medicina do Esporte, nos Estados Unidos, ouviram nada menos do que 2 219 especialistas da área.
Após analisar todos os dados reunidos, eles criaram uma lista com modalidades que prometem invadir as salas de ginástica — lá e aqui. “Como educadores físicos e médicos de diversos países foram consultados, o estudo representa o que está acontecendo ao redor do mundo”, enfatiza à SAÚDE! o fisiologista Walter Thompson, principal autor do levantamento.
A questão, no entanto, é saber quais exercícios sobreviverão às próximas estações. Afinal, da aeróbica ao step, diversas atividades se tornaram démodé ao longo do tempo. “A preocupação com a estética ainda é grande, mas isso vem mudando bastante. As aulas mais voltadas para a qualidade de vida estão se firmando”, garante Marcelo Jaime, educador físico da Bio Ritmo, em São Paulo. Portanto, mais do que beleza, a moda agora é esbanjar saúde. Nas próximas páginas, conheça as tendências que estão desembarcando no Brasil e saiba como elas podem trazer disposição e, claro, bem-estar.
TREINAMENTO CORE
Essa espécie de exercício se concentra entre a base do quadril e logo abaixo do peitoral. Em outras palavras, o foco está na musculatura central — ou no “core”, como diriam os ingleses. O conceito não é fazer um movimento para cada músculo da área, e sim trabalhar todos de maneira integrada. Para isso, os praticantes lançam mão de posições que os desestabilizam temporariamente. Aí, a região lombar e o abdômen têm que ralar para garantir o balanço e a postura. Agora, por que é importante fortalecer a região? “Essa parte do corpo é fundamental para manter o equilíbrio e produzir força”, esclarece D’Elia. Ao desenvolvê-la, você ganha em vigor, além de diminuir o risco de contusões e de dores nas costas.
TREINOS ESPECIAIS
Se há um motivo para o sedentarismo, esse atende pelo nome de desmotivação. Até porque não é fácil se levantar do sofá para fazer algo que a gente ache desagradável. Com o objetivo de aliar entretenimento e forma física, centros esportivos passaram a oferecer para adultos aulas de basquete, handebol, vôlei e por aí vai. Só que não se trata apenas do jogo propriamente. Essas sessões vêm com incrementos específicos. O único senão é que esse tipo de exercício requer certa frequência e, claro, acompanhamento profissional. Atletas de fim de semana se expõem a um maior risco de lesões.
EXERCÍCIO FUNCIONAL
“Ele traz a atividade física para muito mais perto do dia a dia do indivíduo”. Logo, a ideia é desenvolver o corpo de acordo com a necessidade de cada um. Um caso clássico é o de quem passa boa parte das 24 horas sentado no escritório. Daí, os músculos tendem a encurtar, o que prejudica a postura e, consequentemente, provoca dores desde o dedão do pé até o último fio de cabelo. Para essa situação específica, o treino consiste justamente em alongá-los, equilibrá-los e fortalecê-los. Os incômodos, então, desaparecem. Esse tipo de malhação produz resultados por meio de equipamentos nem sempre tradicionais. Acessórios como o TRX (veja o quadro ao lado) e as bolas suíças obrigam a pessoa a usar o corpo todo de uma só vez, como acontece em situações cotidianas. Afinal, você não mexe apenas os braços quando pega uma caixa no chão, certo?
BOOT CAMP
Suar como os militares — essa é a ordem do dia. Ainda pouco conhecida no Brasil, a prática simula o treinamento físico dos soldados, incluindo flexões, corridas, polichinelos... Seus praticantes até são levados para locais específicos, onde ficam alojados por algum tempo — ou seja, uma espécie de campo, como entrega o nome da prática em inglês. “Há um apelo emocional e de coletividade. Isso pode gerar maior adesão”, opina o educador físico Tony Meireles, da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Aqueles que não pretendem ficar longe de casa não precisam pedir baixa: podem adaptar os exercícios para a academia. “Eles serão baseados no circuito militar. Vão exigir força e resistência de forma dinâmica porque esse é o apelo motivacional”, ressalta Cláudio Pavanelli, fisiologista do Clube Atlético Mineiro, em Belo Horizonte.
LEVANTAMENTO TERRA
Antes restrita aos atletas, a modalidade ganhou espaço entre o público geral. Apesar de sua mecânica ser simples — de pé, a pessoa segura a barra que está no chão e, aí, estende as pernas —, seus resultados impressionam. Tanto os membros inferiores como os braços, as costas e o peitoral crescem rapidamente com esse agachamento turbinado. “O aluno comum realiza o mesmo gesto do profissional, mas com peso diferente”, adverte Thales Martins, gestor técnico da Pelé Club, em São Paulo. Maneirar na quantidade de anilhas que serão levantadas é fundamental, assim como acertar a postura e o modo de fazer a puxada. Caso contrário, lesões graves podem surgir. Por isso, a presença de um educador físico habilitado é fundamental.
(fonte: Revista Saúde)
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