Quem nunca ficou com a consciência pesada por “matar” um treino matinal? Afinal, a preguiça é um dos “sete pecados capitais” e sucumbir às suas tentações nos infere um enorme sentimento de culpa.
Força de vontade, determinação e superação. Seu corpo pede descanso, mas você não cede! O sono existe, mas a vontade persiste! Assim se comportam os campeões, certo?
Errado! Nem sempre as nossas respostas fisiológicas obedecem aos nossos planos pré-estabelecidos. Se você tem sono e seu corpo “pede para dormir”, o melhor a fazer é seguir as suas sensações e aumentar o seu tempo de descanso. Sentir-se “quebrado” ao acordar pode significar que o seu tempo de recuperação não foi suficiente para regenerar os sistemas orgânicos envolvidos em suas tarefas diárias e nas suas sessões de treinamento.
Não podemos deixar de considerar que o exercício físico representa uma carga adicional de stress ao organismo. Apenas após um período de recuperação adequado, essa carga poderá gerar adaptações positivas ao praticante, melhorando a sua qualidade de vida e a aumentando a sua aptidão física. Na literatura científica, esse fenômeno é conhecido como “supercompensação”. Por outro lado, a aplicação de uma nova carga de treinamento em um momento inoportuno potencializa as reações orgânicas de stress, produzindo uma série de reações prejudiciais ao rendimento físico e, principalmente, à saúde.
E qual a relação do sono com a recuperação? O sono nada mais é do que uma estratégia utilizada por nosso organismo para maximizar os mecanismos de regeneração. Enquanto dormimos, o sistema nervoso autônomo (involuntário) se encarrega de renovar e aumentar nossas reservas fisiológicas de adaptação, preparando-nos para enfrentar o dia seguinte. Déficits na duração e na qualidade do sono geralmente estão associados ao aparecimento dos estados de overtraining e às alterações bruscas no sistema imune, fato que reduz nossa capacidade de evitar as chamadas “doenças oportunistas”.
Por tudo isso, nos últimos anos, o estudo do comportamento do sistema nervoso autônomo durante o sono vem recebendo uma especial atenção dos pesquisadores envolvidos nas ciências da saúde. Através dos estudos atuais, podemos afirmar que “uma noite bem dormida” é tão importante quanto uma boa sessão de treinamento. Não existe nenhuma condição de aumentar seu desempenho esportivo e, sobretudo, melhorar seu estado geral de saúde, sem um perfeito equilíbrio entre estímulo e recuperação.
Portanto, desde que você tenha o perfeito discernimento entre preguiça e necessidade, não se sinta culpado por escutar o seu corpo e desconsiderar o toque do despertador. Muitas vezes, o seu relógio biológico não está sincronizado com seu relógio de cabeceira. E, nessas horas, vale à pena seguir os seus instintos fisiológicos!
(fonte: http://www.taeq.com.br/)
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